sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Solitude.

A mochila queima fria no chão
junto a identidade nº tal no registro x, y, z.
Esqueça eu não me importo,
Só vou só e somente só,
corro sem pressa com a roupa do corpo,
corro respirando o tudo-profundo,
corro junto com o nada,
Exalo dos pulmões o Mundo,
viver não é um conto de fadas.
Sigo por caminhos perdidos
em estradas que não levam a mim,
nas estradas que não encontram ninguém,
sozinho entre encruzilhadas
que vão pro mesmo lugar nenhum,
Quem sou eu?
Tanto faz.
A solitude é faca de dois gumes
que bota pra correr o animal preso na gaiola,
o pequeno ser escapa, rompe as barras enferrujadas,
luta, se contorce, em só mais um dos cérebros cheio de cores.
A mesma faca corta em pedaços assimétricos
o fruto do hipermercado, um tóxico,
desculpe, agrotóxico classe II faixa amarela
permitido para o consumo,
só mais uma maçã envenenada
que no estômago vira vida revirada,
Ué... cadê minha princesa encantada?
preciso despertar desse sono profundo,
afinal também quero um final feliz, será mesmo?
Também quero um final feliz?
Não! só preciso acordar
e transcender esse cheiro plástico
das  flores, de aparência tão amáveis
mas no fundo só um e noventa e nove
ali na loja da esquina,
regadas com suor escravo.
no chão fabril da China.
No horizonte só  enxergo
o cinza amarelado da cidade
contrastando com o cemitério de fábricas:
"A Decadência"
Sublime pintura!
é o que diz a crítica especializada.
pause, ligo o rádio.
No future,
No future,
No future,
No future for you...
play.
Para onde fugir?
Pra o Alasca na natureza selvagem?
Pra o Amazonas com uma tanguinha alá Tarzan?
Pra Machu Picchu fazer um tour turístico?
apenas clichês de cartões postais
São o mesmo lugar comum
para olhos castanhos
ofuscados pela luz.
O que é que vai ser,
héin, meu caro drugue?
Nem preciso de tanto,
doce nasce a noite
nessa primavera tímida
que ainda cisma em se esconder
só corro tanto pra achar
essa estação perdida
nesse mundo que até planta
luta pra florescer.
por enquanto,
só encontro repouso
na cama de pedra,
e que belo travesseiro
é o caos.


No future,
No future,
No future,
No future 
for you...

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Recorte

O caos brinca sem pressa
no meu eu mais intimo, só,
isolado contra o tudo
que vem fora da mente,
um olhar amargo,
um sorriso de lado,
um grito infantil,
que dó,
que do nada
vem uma kombi dos correios
berrando 'Você é muleque!
Você é muleque!'
Não! só sou um labirinto mesmo
Como é frágil isso
que chamam de vida,
um atravessar de rua desatento
e já estamos dando adeus para o mundo dos vivos,
mundo de caos dentro de caos,
mundo das ilusões
que só de aparências sobrevivem,
estrutura falsa,
de verdade é o jogo de palavras
jogadas no espaço do tempo,
perdidas no caosmos da mente,
perdidas no cosmos dos versos,
Universos.

obs: Não gostei desse poema me faltou inspiração mas fica o registro da minha quase morte.