domingo, 13 de janeiro de 2013

Desenhei quatro pessoas no trem e colei um cara



Desenhei quatro pessoas no trem e minha voz.

E eu um quadro todo hilario,
um ótimo burro de carga ,
carregando um monte de parafernália musical
cores em spray
e um cobertor vermelho felpudo
Estou indo pra Santo André,
um tal de João Rubinato foi por essa mesma linha de trem
saiu de Jundiaí e morou lá.
Depois foi pra são paulo e se batizou Adoniran Barbosa.
O sambista foi gongado no programa de calouros da rádio
e eu acho que receberia uns 'nãos' nesses programas estilo Ídolos e The Voice Brazil.
Pois é, pra eles a voz do Adoniran não é uma voz brasileira.
Não é uma Made in Brazil vendável pro mundo.
Desenhei quatro pessoas no trem e minha garganta.

sábado, 12 de janeiro de 2013

Muito barulho

O amor bateu na porta,
quando aberta não tinha ninguém
demorei para atender porque não tinha conseguido perceber o som do toc toc
ele se abafava com o barulho do caos daqui de dentro
minha cabeça
o amor cansou de esperar e foi embora.

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Carnaval do ano passado.

Aprendi a sambar no carnaval do ano passado
a minha flor nasceu no chão da avenida.
Em instantes a tristeza se acabou
e alegria pulsou na pele do tamborim
O samba escorreu do meu suor
E arrepiou até a raiz da espinha
samba de raiz
samba na raiz

Do outro lado da ala do olho gordo,
que ironia, risos,
só me sobrou uma amiga de verdade 
não subversiva
mas com um bom coração.
Ah...
e me sobrou também um cara que sabe tocar contra baixo elétrico
quero montar uma banda imediatamente
tenho que aturar o fulano
ele tá no mesmo ciclo de pessoas da faculdade
impossível excluir.
Enfim, meu coração samba num ritmo acelerado
E a miséria humana dormia na cama ao lado e no quarto ao lado também, tinha esquecido.



sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Saudade fez samba.

Sério
Tenho alma sambista
Talvez um orixá malandro
E minha colombina pra pular o carnaval.
Eu sou o arlequim das ruas
do bloco que já foi do eu sozinho
mas agora desfila em par.
Saudade fez samba
Samba rock, que eu pus na garganta
E você pôs nos meus pés.
Só não fomos dois bêbados no escuro.
Mas temos um milhão de dias pra procurar.
Eu nunca esqueço do seu doce olhar.
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.
Saravá.

dois bêbados
https://soundcloud.com/carapalavra/dois-b-bados

Desenho - Cervos



quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Um dia antes de começar a namorar...

Muitas coisas são minimizadas com o tempo, é só ter esperança na espera.
Esperar pelo que? Por uma louca. Mais louca que eu impossível, estou só.

terça-feira, 1 de janeiro de 2013

Reconstrução

Fiquei alguns meses na casa da minha irmã para ir ajudá-la. Eu passava o dia inteiro sozinha com o Rafael, já que o pai dele só chegava do trabalho de madrugada e minha irmã estava com depressão ficando jogada ali no sofá sem fazer nada, ele só tinha a mim e eu a ele para matar a solidão. Como era um menino muito curioso desde cedo, o pegava no colo e o levava até a janela para lhe mostrar de tudo um pouco, de lá  apontava para algo e dizia: Tá vendo rafa aquilo ali é um cachorro, aquelas são crianças jogando bola, ali ó é uma menina muito bonita passando pela a rua. 
O anoitecer no Jardim dos Reis desde sempre fora muito belo e com as estrelas bem visíveis no céu, era um lugar muito pobre quase não tinha iluminação, com exceção a luz no fim do morro que era emitida pelo trem.  Acho que isso explica o porquê do Rafael não ter dito como primeira palavra: pai ou mãe, mas sim o fato dele ter notado a bola cintilante que iluminava o mundo e o bairro inteiro. Na boca do menino  começara a ser nomeado com um pequeno "Ua" depois de boas risadas evoluiu para a "Bua" Que por fim como manda nossa bom e velho português o único satélite natural do planeta  se transformou na primeira palavra dita pelo meu sobrinho "Lua". A segunda foi "Tem" que é um dos meios de transporte favorito do menino.