terça-feira, 30 de agosto de 2011

Sons e silêncio.

Sem samba
não posso fazer nada.
Caem todas as mascaras,
só fica o vazio,
com os pés mortos
num chão frio:
sem dança,
sem samba,
sem nada.

O batuque é feito de sons e silêncio,
sem sons:
só o nada.

Mas que nada!
sai da minha frente.
Desencana!
O silêncio e o som sozinhos
são errantes perdidos,
mas quando formam um par
sambam juntos,
Inventam a festa,
fazem alegria nos pobres,
que sofrem, mas esperam
um ano...
só por fantasia,
só por samba,
só por carnaval.



Não chore pelo sangue derramado.

Revolta!
Afiei meu par de navalhas
Mas não pude crava-las no meio de um pescoço.
Tenho medo da lei. O Estado é minimo,
só a policia funciona.

Banditismo?
apenas uma questão de classe.
Mas eis um conceito vazio, que limita, manipula.
e com suposta luta na teoria muda.
Mas muda é a massa que ouve,
nunca fala e nunca muda.

Estripada
Rasgada, e talhada
minh'alma está.
Que luta ingenua, vazia,
Alimentada por sonhos e utopias,  já decadentes.
Assim como a minha vontade.

O que escorre sim!
é o pranto vermelho escarlate...
lágrimas de profunda frustração.
gotas de sangue agridoce fluida nos olhos.
que caem da dor dessas analogias bobas.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Malandro é um cara que sabe das coisas.

Peguei um par de asas
voei para fora do universo, 
fitando-o, 
notei nas primeiras piscadas 
como a totalidade é tão estável... 
tão serena...
doce. 
Voei... Voei mais um pouco...
Caí do espaço pra cama, 
que sonho bom, 
Renasci no mundo 
um pequeno ponto 
dentro do infinito.
Cheio de som, de fúria 
e de morenas também. 
Ando com navalha
arrasto os tamancos,
sob o Astro rei.
Nessa dimensão as coisas são diferentes: 
Se transformam a cada instante...
estão em pleno movimento... 
Tudo flui sem pressa.
Esse é o ritmo do mundo.
Não sou o mesmo de segundos atrás, 
passei por aqui, fui!
eis o último riso,
eis o último pranto...
Mas sei que sambei bem.
Roda de samba nunca acaba,
Alegria de malandro quer ser eterna. 
Eterno meio-dia.
SARAVÁ.