sexta-feira, 25 de novembro de 2011

a metamorfose.

Numa manhã, ao despertar de sonhos inquietantes, Rafael Bernardo deu por si na cama envolto por uma crisálida de desejos e pingos de coragem lancinante. 

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Poema bobo transvirado

No além,
O intrometido dum anjo
desses que vivem perambulando no Olimpo,
disparou uma flecha bem afiada...
o sombrio achando pouco
ainda rogou-me uma praga:
Vai mortal! vai ser coxo na vida.

No morro,
Corria  atrás de bola,
no gingado forçado das ladeiras.
Educado nas rodas de samba,
e com a benção dos bambas
Me formei malandro,
romântico as avessas.

Na janela,
o sol apontou e pôs luz no retrato com a fotografia
dum sujeito homem, bicho solto
e nada trabalhador.
Mas esse  carrega no peito
uma marca de nascença, cicatriz do além-mundo
Culpa dum querubim carrancudo.

No botequim,
o samba corre solto
e com o batuque da caixinha de fósforo concluo a rima:
"Mas morena não se perca no compasso.
Te conduzo passo a passo, no gingado, no gingado"
De fato, do lado de fora do bar
me passa uma mulher perdida na rua,
e em uma troca de olhar
o entrelaço se consuma.

Na cama,
 a maestria do sambista se confirma:
"Nota Dez!". Grita a morena
que a pouco  tempo atrás sofria de histeria.
E que culpa a coitada tem?
Formosa, mas obrigada a pilotar fogão
pra mais um João ninguém.

Na frente da porta,
me aparece um corno recém promovido,
estupefato, arrisca uns golpes e ganha a cara talhada.
Por fim, cai no chão o presunto desacordado,
mas esse põe na conta do cupido
que me fez um amante muito do obsessivo
e que não foge do destino já fadado.

E você meu caro leitor,
acho bom não me caguetar,
como viu não ando sem navalha.
e sei muito bem onde te encontrar
Mas agora é uma boa hora de sair pela janela
porque malandro não para,
malandro dá um tempo.

Poema bobo: http://labirintomistico.blogspot.com.br/2011/05/freud-explica.html