sábado, 30 de março de 2013
Enquadramento.
Eu em diálogo com o mundo
com outras pessoas
em muitos lugares...
Quais são seus sonhos?
Acorda!
Usamos a consciência de mais
Tenho dificuldade em levar a vida
Me sinto só
mesmo afogado em um mar de gente.
Atrás das nossas máscaras existem outras máscaras
Mal consigo lembrar de todas
lembrei de uma: poeta.
Os compromissos do dia-a-dia ocorrem em palcos
Tudo é drama e interpretação.
Incrível é que as vezes somos mais absurdos do que tudo.
Toda vida é uma obra de arte
vários quadros se pintando em movimento
obras do encontro, da luz, do olhar mecânico.
Ação!
Brinca a garganta no ritmo do tempo.
No fim, só a beleza do gesto importa,
a efemeridade do efêmero.
com outras pessoas
em muitos lugares...
Quais são seus sonhos?
Acorda!
Usamos a consciência de mais
Tenho dificuldade em levar a vida
Me sinto só
mesmo afogado em um mar de gente.
Atrás das nossas máscaras existem outras máscaras
Mal consigo lembrar de todas
lembrei de uma: poeta.
Os compromissos do dia-a-dia ocorrem em palcos
Tudo é drama e interpretação.
Incrível é que as vezes somos mais absurdos do que tudo.
Toda vida é uma obra de arte
vários quadros se pintando em movimento
obras do encontro, da luz, do olhar mecânico.
Ação!
Brinca a garganta no ritmo do tempo.
No fim, só a beleza do gesto importa,
a efemeridade do efêmero.
sexta-feira, 29 de março de 2013
sexta-feira, 22 de março de 2013
Os problemas fundamentais da estética: Boileau e Diderot
O “século da crítica”
Cassirer em um de seus textos
célebres da obra “Filosofia do Iluminismo” inicia uma discussão, partindo de
seu contexto histórico, sobre o surgimento da estética teórica. Ela nasce
precisamente no Século do Iluminismo onde os grandes pensadores da época criaram
laços estreitos entre a filosofia e a crítica estética e literária. Mas para
existir esses laços é necessária uma correspondência rigorosa e expressa em
conceitos precisos com os sistemas filosóficos vigentes na época, como o pensamento
de Descartes por exemplo.
A estética clássica e o problema da
objetividade do belo
A ambiciosa filosofia de Descartes
tem a intenção de englobar não apenas as ciências, mas todos os aspectos e
momentos do agir, ou seja, de toda atividade humana, que pelo pressuposto
filosófico necessariamente deve ser regida pela razão. Com isso a arte não
escaparia de todo esse sistema e como consequência se torna submetida a ele. O espírito do cartesianismo fundado no
Cogito cada vez mais se expande pela época e como consequência essa lei é
energicamente estendida ao domínio da teoria estética, mas para criar essa
visão sintética e unificada entre formas fenomenais tão diversas é preciso
deduzi-las a partir de um mesmo principio.
Nicolas Boileau-Desprèaux
Em matéria de método para se atingir
esse objetivo a estética do século XVIII procura e exige um Newton da arte para
a descoberta das leis que a rege. E quem se propõe a esse desafio é Boileau o chamado
“Legislador do Parnaso” que através do paralelismo das artes e das Ciências
eleva a estética ao nível de uma ciência exata. E o principio que fundamenta
esse paralelismo está no poder absolutamente único e soberano da “razão”.
Nesse cenário de profunda
supervalorização e culto à razão
começa a se formar a chamada Doutrina clássica e Boileau com sua obra “A
arte poética” é um dos maiores representantes e um dos pensadores inaugurais
desse movimento, porque sua obra exprime diversos fundamentos dessa perspectiva
estética. Com inspiração clara na poética de Horácio em “Ars Poetica”, a imitação dos antigos é praticamente uma
regra transformada em dogma, para os mais fervorosos, porque o classicismo
greco-romano era considerado o único estilo de bom gosto e deveria ser amplamente
utilizado como uma referência indispensável aos artistas da época, em oposição
à tradição medieval apontada como medíocre.
Como era dado na influência do
momento histórico pode-se aceitar a “natureza” como sinônimo de “razão” E esse
é o mesmo fundamento para designar as ideias de “beleza” e “verdade” sendo
ambos, apenas expressões da mesma coisa, esse é o principio único que da base
para o axioma geral de imitação, ou seja, quanto mais uma obra for
verossimilhante a natureza, mais verdadeira e bela ela se tornará. Com isto o
artista não pode rivalizar com as criações da natureza ou usar de algum tipo de
licença poética, pois indo contra as leis da natureza estaria cometendo um
profundo erro, e sua obra estaria calcada em uma falsidade, o não belo.
Na constituição da obra a lei que a
governa não é a criada pela imaginação do artista, a imaginação é apenas um
estimulo para a criação, a verdadeira lei efetiva não tem que ser inventada,
mas descoberta na busca da natureza das coisas. Nesse sentido, Boileau
argumenta no seu Primeiro Canto da Arte Poética que o verdadeiro poeta além de
sentir a autêntica inspiração, deve ter elevado apreço a razão: “Portanto, ame a razão: que todos os escritos
procurem sempre o brilho e o valor apenas na razão” com isso o artista precisa utiliza-la
como a principal ferramenta nessa busca pela beleza absoluta e natural.
Focalizando a lente de análise na
poesia dramática, Boileau no seu Terceiro Canto trata dos grandes gêneros
literários: a tragédia, a comédia e a epopeia. Começando pela tragédia ele já
estabelece no inicio do canto uns de seus princípios fundamentais: Agradar ao publico e despertar o terror e a piedade, isso através
da imitação da natureza, pois se inspirando em Aristóteles, o poeta e crítico
francês têm em mente que tudo que for perfeitamente imitado será muito
agradável, mesmo quando for desagradável sem si. O terror e a piedade se
configuram como umas das características principais na tragédia, que também
remete diretamente ao filósofo grego.
Para a Boileau a tragédia além de
ter uma exposição concisa e clara, em
uma concepção prática ela só pode ser concretamente efetiva a partir da Doutrina das três unidades, onde os
objetivos filosóficos e estético-teóricos estão intimamente vinculados. Essa
doutrina pode ser definida nos versos de Boileau como: “que a ação se
desenvolva com arte: em um lugar, em um dia, um único fato, acabado, mantenha
até o fim o teatro lotado”. Nesse ponto surge certa abertura na teoria estética
de Boileau, pois o ideal da razão é ora substituído por uma medida puramente
empírica “Manter o teatro lotado”. Surgindo assim a necessidade de se reportar
ao espectador, e dadas situações, o verossímil passa a sobrepor à verdade
presente na natureza. Pois segundo o esteta não é adequado oferecer "algo
de inacreditável ao espectador: a verdade pode às vezes não ser verossímil. Uma
maravilha absurda é para mim sem atrativos: o espírito não se emociona com
aquilo em que não crê" esse é o escopo da Regra de verossimilhança essencial para que o espetáculo trágico seja
capaz de tocar o público. Portanto os expectadores, a corte e a cidade, passam
a assumir um papel protagonista na concepção de uma obra, porque as convenções
sociais existentes passam a ter em alguns momentos mais importância que uma
verdade natural, se transformando no ideal estético a ser atingido.
Diderot, o problema do gosto e a
conversão ao subjetivismo.
Outra
questão importante, também presente em Boileau, mas de forma não tão clara e
fundamental. É o que diz respeito ao objetivo moral do espetáculo dramático e
uns dos maiores filósofos franceses do século XVIII, Denis Diderot acreditava
que o teatro não era apenas um meio de diversão, mas também um poderoso meio de
educação. Assim como a filosofia combate os preconceitos, o teatro também deve
esclarecer os homens. Porém o teatro da época era tão dominado pela Doutrina
Clássica, cheio de regras, convenções e dogmas, que segundo o filósofo e
dramaturgo ainda não teria poder para tanto.
Com o passar do tempo começa a
surgir uma mutação interna que de certa forma vai pondo um fim no plano
metodológico puramente dedutivista da Doutrina Clássica, cedendo lugar a uma
abordagem mais descritiva das teorias estéticas, o fio condutor deixou de ser a
busca pela essência da “natureza”, ela passou a se vincular a natureza do
homem, ou seja, a estudos de fenômenos puramente humanos sem a mediação de uma
“transcendência” natural. Mas é claro que esse método com tendências
psicológicas não pretende justificar a liberdade total do gosto, porque isso
cairia em um relativismo ilimitado, o ponto de partida nessa investigação é
justamente em procurar o que existe de comum na apreciação artística, ou seja,
as leis que são capazes de tocar o ser humano em sua natureza especifíca.
Em busca dessa natureza humana, a
comoção emocional começa a tomar um lugar importante e Diderot a coloca como
certo principio nas artes dramáticas: pois é preciso “abalar” os espíritos,
levando “tumulto” e “pavor” à alma do espectador, em suma, deixar impressões no
público para que estes saiam mais virtuosos do espetáculo.
Para se conquistar essas impressões o
ideal de rigor e exatidão presentes
em partes na teoria de Boileau, é necessário reconhecer o seu outro par
estético diametralmente oposto: o ideal
de inexatidão. A cerca da expressão outro esteta importantíssimo para o
debate, Bouhours argumenta que no produto artístico não existe apenas a verdade
pura e simples, mas sim, em uma obra o falso e o verdadeiro estão misturados e
formam toda uma unidade, justificando certo equivoco em ideias tão contrárias. Portanto
outros fenômenos que anteriormente estavam na periferia estética por serem
inexatos como os sentimentos e a imaginação, também passaram a ser faculdades
fundamentais. Tudo isso para produzir o verossímil, e enfim, o autor ser capaz
de ampliar o poder emocional das suas expressões dramáticas.
Segundo Diderot, sobretudo na obra “O
discurso sobre a poesia dramática” para alcançar essa meta deve-se resgatar a
energia da natureza que a linguagem é portadora, e nisso se supõe liberar a
cena das regras e “conveniências” clássicas. Uma delas a chamada “Clausula dos
estados” é para quais os protagonistas de uma intriga dramática séria deveriam
ser forçosamente de condição principesca. Nesse sentido, anteriormente Boileau
já começava a dar certa importância ao público do teatro formado por uma
burguesia em inicio de ascensão, isso com as convenções sociais sobrepondo uma
verdade da natureza para não comprometer a verossimilhança. Diderot vai mais
além, ciente desse contexto escreveu peças como “O Filho natural” e “O pai de
família” onde esses expectadores são personagens principais de intrigas que
mobiliza pessoas privadas, a figura do pai e da mãe burgueses. Forçando assim a
criação de outros gêneros dramáticos, adaptando, por exemplo, a tragédia e a
comédia que batiam de frente com os gêneros da Doutrina Clássica, por isso
essas obras não foram tão bem aceitas pela crítica da época. Outro ponto de
cisão é que Diderot era contrário ao uso de longos diálogos, onde a cena era
organizada em torno da palavra, ou seja, o discurso ordenado em que o teatro é
fundado sobre a excelência do texto literário e o grande poeta é o autor desejado.
Nesse ponto Boileau é abertamente atacado, porque sua visão estética é baseada
justamente nisto, cada frase dita por um personagem é uma poesia rimada, concisa
e ordenada pela razão, em casos mais extremos até em versos alexandrinos.
Diderot argumenta que a melhor forma de expressar as paixões são justamente o
contrário: os gritos nãos articulados, as expressões faciais, os gestos, a
pantomima, privilegiando os elementos pré-verbais em nome da verdade da
expressão. Isto é, em analogia: A figura da mulher descabelada que grita e
fala, no lugar da mulher da corte com trajes formais e pomposos que recita
poesias.
Esse realismo ou naturalismo, não se
resume apenas a valorização da pantomima de um ator, mas implica também no
texto dramático, Diderot pede que ele seja escrito como algo parecido com
romance em prosa, além de destacar a importância dos artífices não verbais,
como por exemplo, o cenário e o figurino, que por fim criam um verdadeiro
quadro, sempre buscando a simplicidade da natureza humana.
Pode-se concluir que essa mudança de
perspectiva tem um grande impacto na forma em como se cria uma obra e como se concebe
o processo de apreciação artística, voltando ao problema do gosto, no seu
sentido, ele próprio não pode ser aprendido ou elaborado por diretrizes
teóricas, que Diderot teve a necessidade de demoli-las no seu contexto, porém essas
considerações afetam o gosto, mas não de maneira absoluta e totalmente
reguladora. Porque os seres humanos com a ajuda de seus próprios sentimentos
interiores são capazes de avaliar as produções artísticas sem ao menos conhecer
nenhuma regra “natural” que deva ter alguma obra de arte.
Logo, isso é uma influência da
cultura e do viés filosófico que predominava da época, pois contrapondo a
tradição racionalista de Descartes, o pensamento do inglês David Hume, por
exemplo, desestabiliza esse império dos sistemas racionalistas, o que
consequentemente implica no conflito com as teorias estéticas relacionadas a
eles. Sua teoria do conhecimento calcada em uma perspectiva mais empírica volta
a valorizar os sentidos na obtenção do saber, e em matéria de estética o peso
de outras faculdades como o sentimento, por exemplo, ficam cada vez maiores,
pois eles não têm que se justificar perante a razão, essa é apenas uma
impressão “pura” do foro da sensação. De certa forma, a estética acaba bebendo
um pouco do ceticismo, pois deve renunciar as normas universais e necessárias
impostas pela razão. Mas como campo de estudo ainda busca esse entendimento do
que é comum a todos e não necessariamente universal.
Referências Bibliográficas
CASSIRER, Ernst. Os problemas fundamentais da estética
in A Filosofia Do Iluminismo (1997) UNICAMP.
BOILEAU-DESPRÉAUX. Nicolas. A Arte Poética (1979) Perspectiva.
MATTOS, Franklin. Enorme, bárbaro, selvagem. Diderot e o
drama COSACNAIFY
MATTOS, Franklin. A querela do teatro no século XVIII:
Voltaire, Diderot, Rousseau.
quarta-feira, 20 de março de 2013
o amor tem um lado bom também
nem sempre se ganha
mas quando você acerta
todas as tentativas perdidas valem a pena
sabe, as vezes você fere ou sai ferido,
faz parte
o mundo é o mundo e mói
tipo, as vezes você só ama uma pessoa em um unico dia é sério
e no dia seguinte não sente mais nada
C'est la vie.
nem sempre se ganha
mas quando você acerta
todas as tentativas perdidas valem a pena
sabe, as vezes você fere ou sai ferido,
faz parte
o mundo é o mundo e mói
tipo, as vezes você só ama uma pessoa em um unico dia é sério
e no dia seguinte não sente mais nada
C'est la vie.
sexta-feira, 1 de março de 2013
Vermelho
A sua áurea é difícil de pintar,
ela alterna entre extremos,
Escarlate
Sofisticado, profundo, forte.
São cores mais turvas, sombrias
as vezes vermelho, as vezes roxo.
O amor foge por causa do teu medo de si mesmo
Mas do nada,
Ele floresce dos teus ouvidos, boca, olhos em muitas flores-cores Incríveis!
Na mesma força você as rega, corta e dá pra alguém,
ou do nada, você joga no chão e pisoteia.
Sua áurea...
Vermelho Scarlate.
ela alterna entre extremos,
Escarlate
Sofisticado, profundo, forte.
São cores mais turvas, sombrias
as vezes vermelho, as vezes roxo.
O amor foge por causa do teu medo de si mesmo
Mas do nada,
Ele floresce dos teus ouvidos, boca, olhos em muitas flores-cores Incríveis!
Na mesma força você as rega, corta e dá pra alguém,
ou do nada, você joga no chão e pisoteia.
Sua áurea...
Vermelho Scarlate.
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