Zero hora do dia um do primeiro mês
o branco
a cor das cores
é puro
carrega a força da luz
refletida nos milhares de camisetas feitas de paz
As camisetas,
já os seres sem voz só matam o medo de si mesmo com armas,
umas feitas de garrafas quebradas,
outras com gritos histéricos e socos no capô dos carros que passam
Lugar errado ma hora errada.
Essa é a paz que eu não quero seguir
Muros altos, cercas elétricas,
segurança de coturnos terceirizada.
O branco que explode e transcende o céu em alegria
é o mesmo que no chão queima a carne que corre arrastada nos arrastões.
Ano novo e a mesma vida.
Sem sete ondas pra Iemanjá,
e o meu pé direito sangrando em loucura.