segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Menino

Meus olhos são velhos,
como uma guilhotina
cansada de decapitar,
mas ainda são de menino.

Meus pés são de um ávido dançarino.
que triste, ainda não sabem sambar
mas é só uma questão de tempo
porque ainda são de menino.

As mãos, de um Deus criador.
Num dia modela em caricias a pele macia da morena.
No outro faz música e poesia da embriagues que é a vida
e seu sabor agridoce,
calejadas, não são mais de menino.

A mente?
a mais humana possível
uma caixa preta indefinivel em palavras
sem a verdade oculta dos mistérios do existir.
Que também cansada se esvai pra sempre
na mentira desses versos que ainda são de menino.

E o coração desse pequeno.
Como que fica?
Bem... no fundinho, bem escondido
um coração romântico as avessas
Mas não é lá muito confiável
como de qualquer outro menino.


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