Meus olhos são velhos,
como uma guilhotina
cansada de decapitar,
mas ainda são de menino.
Meus pés são de um ávido dançarino.
que triste, ainda não sabem sambar
mas é só uma questão de tempo
porque ainda são de menino.
As mãos, de um Deus criador.
Num dia modela em caricias a pele macia da morena.
No outro faz música e poesia da embriagues que é a vida
e seu sabor agridoce,
calejadas, não são mais de menino.
A mente?
a mais humana possível
uma caixa preta indefinivel em palavras
sem a verdade oculta dos mistérios do existir.
Que também cansada se esvai pra sempre
na mentira desses versos que ainda são de menino.
E o coração desse pequeno.
Como que fica?
Bem... no fundinho, bem escondido
um coração romântico as avessas
Mas não é lá muito confiável
como de qualquer outro menino.
Nenhum comentário:
Postar um comentário