Não quero ver simplesmente com os olhos.
E nem com a lente de supostas verdades,
quero sentir os traços,
como o bombeador de sangue
que segura a mina de grafite e marca na folha branca da alma
que segura a mina de grafite e marca na folha branca da alma
toda a absurdidade da vida,
o existir da luz e da sombra
a matéria ondulada.
Quero ver também com a garganta,
que com ou sem rima se espanta
como uma criança que acabara de nascer.
E aos prantos desperta para o sonho,
e sente o quanto a realidade é fantástica
para o espírito que é capaz de sempre reflorescer.
Voa minha criança, voa como um livro entre aberto,
cheio de folhas escancaradas,
amareladas e renovadas pelo tempo eterno.
Que dando voltas e mais voltas pelo ser,
se embriaga da história e do drama que perde,
descansando na sarjeta da imensidão do céu-mar.
Ri e chora.
Com a emoção transgredindo todos os poros do meu corpo humano,
até o fim do ultimo fio de cabelo arrepiado,
a vontade mais natural, a coluna vertebral retorcida,
a alma nervosa com o caos-ego-libido-anatomicamente-adaptado.
No fim das contas qual o sentido de tudo isso? tanto faz.
Existem bilhões e bilhões de estrelas.
Milhões e milhões de galáxias lácteas na sopa de letrinhas.
Se não existe um caminho a gente inventa um mundo,
Eis a minha filosofia, um mistério em que meus olhos se
perdem
mas que nunca perdem de vista,
enfim o amor, o sentir.
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